Dom Oscar de Oliveira (arcebispo) nasceu aos 09 de Janeiro de 1912 na cidade de Entre Rios de Minas. Terminados seus estudos no Grupo Escolar Ribeiro de Oliveira, menino ainda ingressou no Seminário de Mariana, em 1925, pelas mãos do seu virtuoso pároco, Padre Rodolfo Pena. Nove anos depois, o então Arcebispo, dom Helvécio Gomes de Oliveira, o enviou a Roma, em outubro de 1933, para aperfeiçoar sua formação acadêmica. Na Universidade Gregoriana concluiu o quarto ano de teologia e ingressou na Faculdade de Direito Canônico, doutorando-se nesta matéria ao defender, summa cum laude, a 16 de fevereiro de 1938, a tese sobre os “Dízimos Eclesiásticos do Brasil nos Períodos da Colônia e do Império”. Ainda em Roma, recebeu a Ordenação Presbiteral a 27 de outubro de 1935. Celebrou sua primeira Missa nas Catacumbas de São Sebastião, às margens da Via Appia. De volta ao Brasil, a primeira incumbência que lhe foi conferida é a de professor nos Seminários Maior e Menor de Mariana. Foi por dez anos Cura da Catedral Basílica e em 1954, o Santo Padre Pio XII nomeou-o bispo auxiliar de Pouso Alegre. A ordenação episcopal ocorreu na Sé, em Mariana, presidida por dom Helvécio Gomes de Oliveira, tendo como consagrantes dom Daniel Baeta Neves e dom Rodolfo Pena, seu antigo Pároco. Aos 31 de janeiro de 1959 foi nomeado Arcebispo Coadjutor e Administrador “Sede Plena” de Mariana com direito à sucessão, devido à enfermidade de dom Helvécio. No dia 25 de abril de 1960 tornou-se Arcebispo Metropolitano de Mariana, onde, durante vinte e oito anos, exerceu profícuo pastoreio. É extensa a lista de benfeitorias que realizou na Arquidiocese. Entre elas, criou duas novas dioceses (Itabira e São João Del Rey). Ajudou na construção de escolas e hospitais. Instituiu a Gráfica Dom Viçoso, além de construir o novo prédio para abrigar o Seminário Menor, onde hoje funciona o Instituto de Filosofia. No Seminário Arquidiocesano de Mariana foi professor durante longo tempo. Participou de três sessões do Concílio Vaticano II, entre 1963 e 1965. Ao atingir a idade de 75 anos, encaminhou a Roma seu pedido de renúncia, que foi aceito em 6 de abril de 1988, quando então recebeu o título de arcebispo emérito.
Faleceu aos 85 anos de idade em sua cidade natal. Ao longo de sua vida dom Oscar jamais deixou de estudar com a disposição de um aprendiz. Fundou o jornal O ARQUIDIOCESANO. Na área da educação, obras importantes contaram com o empenho de dom Oscar, como a fundação dos educandários: Ginásio dom Frei Manoel da Cruz, em Mariana, Ginásio Nossa Senhora das Brotas, em Entre Rios de Minas e o Ginásio Estadual dom Silvério de Mariana. A fundação da Faculdade de Filosofia de Mariana também foi possível graças ao empenho do Arcebispo. Sua atuação foi destacada e fundamental para a Instituição da Universidade Federal de Ouro Preto, que mais tarde incorporou a Faculdade de Mariana, transformando-a no Instituto de Ciências Humanas e Sociais. No campo artístico-cultural, dentre outras iniciativas de dom Oscar de Oliveira de inestimável valia, destacam-se: Arquivo Eclesiástico de Mariana. (Fundado em 1965, tornou mais eficiente a guarda e conservação dos importantes documentos e obras que compõem o acervo da Arquidiocese); Museu Arquidiocesano de Arte Sacra (Acervo que reúne obras dos mais importantes períodos da arte mineira e de muitos de seus expoentes); Museu da Música (que reúne importante conjunto de manuscritos, partituras e instrumentos musicais, tendo sido o primeiro do Brasil, dedicado à música nacional setecentista e um dos mais importantes do gênero no mundo); Museu do Livro (que reúne o vastíssimo acervo de livros da Biblioteca dos Bispos e constitui uma fonte de valor imensurável para estudos e pesquisas históricas); Museu dos Móveis (que guarda exemplares do mobiliário dos séculos XVII e XVIII); Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana e Fundação Marianense de Educação. Foi doutor em direito canônico, poeta, historiador, escritor, humanista.