AEXAM
Associação dos Ex-Alunos dos Seminários de Mariana


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DOCES RECORDAÇÕES
 
  Wany de Lima Nogueira  
 

Quando vai se aproximando o Natal, faço uma retrospectiva dos Natais passados e vejo o quanto era bela a nossa vida de criança. Na nossa concepção infantil, Natal era uma festa muito bonita, em que o Papai Noel descia do céu trazendo uma infinidade de presentes para todas as crianças do mundo, fossem elas ricas ou pobres.
 
A gente aguardava avidamente a chegada desta solenidade e, com ingenuidade e alegria, escrevíamos as cartinhas para o Papai Noel, pedindo os brinquedos que desejávamos ganhar. Nós colocávamos os sapatinhos aos pés da cama ou na janela e era grande a nossa felicidade ao despertar na manhã de Natal e vê-los cheios de presentes e balas. Era uma festa.
 
Nesse dia, as ruas ficavam repletas de crianças e cada qual queria ostentar com mais orgulho e emoção o seu brinquedo, que, a propósito, era bem simples. As meninas, normalmente ganhavam bonecas de papelão, plástico ou louça (esta era rara), carrinhos de vime para transportá-las e também conjuntinhos de móveis para montar casinhas. Os meninos, geralmente ganhavam carrinhos de madeira e bolas.
 
Naquele tempo, havia mais fé e mais respeito. Tudo era preparado com muito carinho, suspense e com novenas e orações. A inveja e o exibicionismo não dominavam os seres humanos e não se viam crianças tristes com as mãos vazias.
 
Em quase todas as empresas havia festas e, em cada uma, o Papai Noel chegava trazendo nas costas um saco cheio de balas e brinquedos. A criançada se exaltava e, entre gritos e aplausos, todos corriam para abraçar e beijar aquele personagem fascinante, que era o símbolo da alegria e da benevolência.
 
Hoje isto não existe mais. O Natal virou sinônimo de comércio, insegurança e preocupação. Apesar da constante crise econômica, o consumismo exagerado apoderou-se das pessoas, que gastam desmedidamente o que não têm. É a época da gastronomia desregrada, quando todos se fartam de comer e beber imoderadamente, a ponto de passarem mal. As lojas ficam superlotadas, com filas desanimadoras. Há um corre- corre nas ruas, um jogo de empurra, onde todos se trombam e se agridem física e verbalmente. O trânsito fica ainda mais caótico, deixando os motoristas com os nervos em frangalhos. Enquanto isto, uma grande maioria de pessoas, vive perambulando pelas ruas, sem ter onde dormir ou comer. E a onda de assaltos aumenta consideravelmente. Nesta guerra de disputa, ninguém se lembra do “Homenageado”, do “Aniversariante”, daquele que deu a vida para nos proporcionar tudo o que temos: Cristo Jesus.

As crianças não têm mais aquela gostosa ilusão. Para umas, o Papai Noel desce de helicóptero ou pára-quedas nos shoppings ou em outros lugares pitorescos, trazendo brinquedos caros e sofisticados. Para outras, ele é apenas uma figura bonita e sorridente que aparece nas mídias, despertando uma grande curiosidade nos pequeninos.
 
Cada ano que passa, ele vai se distanciando mais, deixando somente a lembrança daquele velhinho de barbas brancas que sempre semeou amor, bondade, alegria, fartura e união em todos os lares.
 
Que saudade eu sinto do meu querido Papai Noel, daquela alegre expectativa na época de Natal, dos sapatinhos aos pés da cama, das árvores de Natal improvisadas com galhos de árvores enfeitados de algodão e caixinhas de fósforo embrulhadas com papéis de presente, das lindas músicas natalinas tão ingênuas e suaves, que enchiam nosso coração de esperança e alegria, das grandes cestas, tão repletas e sortidas, das castanhas, passas, nozes e avelãs! Hoje nada disto tem a mesma graça e o mesmo sabor...
 
Como eu gostaria de retroceder no tempo, pelo menos por alguns instantes!... À medida que gente vai crescendo, as ilusões vão se dissipando. E passamos a enxergar a vida com outros olhos. Com o passar do tempo, vamos perdendo muitas relíquias e adquirindo outras. Mas nada preenche o vazio que ficou!...
 
E vamos vivendo apenas de doces recordações...
 
Felizmente, na maioria das vezes, somente as boas lembranças se perpetuam, o que nos dá forças e nos faz ver que a vida é bela e agradável de se viver. Basta sabermos valorizá-la adequadamente.
 
Se a nossa mentalidade infantil tivesse discernimento para entender que a vida é tão curta e preciosa, desfrutaríamos veementemente toda esta maravilha que deixamos para trás e que jamais tornaremos a vivenciar, a não ser em nossas divagações.

 
Wany de Lima Nogueira é esposa do aexano João César Nogueira (Seminário Menor - 1956 e 1957). Depois de 25 anos trabalhando na área jurídica da CEMIG, aposentou-se, dedica-se aos afazeres de casa e encontra tempo para cantar com os amigos e escrever poesias e crônicas. Fez dois livros: “Verso & Reverso (I e II)” e “Você e Eu” para o privilegiado marido.
 
Wany de Lima Nogueira
                   ArteVIPH – Sonhos pintados a mão!
                                                 Blog: http://arteviph.blogspot.com/


  

 
 

 


 
 
 
 
 
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